segunda-feira, 30 de abril de 2012

Aquela Varanda II

O coração palpitava como uma bomba relógio em contagem regressiva para a explosão.
Os suspiros profundos surgiam ao passo que os olhos apertadinhos sentiam aquele vento delicioso que roçava a sua pele macia e quente. Era noite e a escuridão do céu era convidativa, instigante e atraente. A sintonia entre corpo e natureza se estabeleceu, quando aqueles cabelos esvoaçantes começaram a dançar com aquele curto vestido de seda transparente que descansava sobre seu corpo ao som da orquestra maior da ventania. O sorriso daqueles lábios colossais surgiam discretamente de maneira atraente a deixar a atenção voltada para a sensualidade que estava em toda a face, em todo aquele corpo. O vento, as finas gotas de chuva, a escuridão, e o infinito daquela varanda sossegaram os pensamentos escandalosos que preenchiam aquela mente maliciosa, dando espaço para um momento íntimo. Com as pontas dos dedos geladas, ela começou a acariciar as maçãs do rosto que pareciam apetitosas a qualquer um que tivesse o prazer de admirá-las. Com movimentos suaves, seus dedos escorregaram para a sua boca que entre os intervalos de carícias abusavam de uma leve e suave mordidinha atraente. Ao passear por aquele infinito palpável, suas mãos correram para sua nuca que parecia estar mais aquecida, e com um breve calor no peito, suas unhas cravaram no pescoço de maneira suave a puxar aqueles fios perdidos de cabelo que compunham toda aquela beleza. As mãos aqueciam ainda mais aquele corpo quente, com movimentos contínuos que perpassavam por todas as curvas salientes daquela mulher. Naquele momento ela não se importava com outra coisa, a não ser com seus desejos repentinos que foram despertados pela sensualidade daquela noite interminável em sua varanda aconchegante. Os ventos soavam mais alto e o clímax se aproximava. As mãos se apertavam e circulavam por todos os espaços. A chuva anunciava a tempestade. E com um breve sorriso e um longo suspiro, começou a chover de verdade.