quinta-feira, 12 de maio de 2016

Não fui eu. Foi o Coração quem escreveu.

Há muito não sentia vontade de escrever.
Há muito não encontrava tempo para expressar o que deixava de lado com a correria dos dias.
Mas estar só tem a parte boa, tem paz, tem calmaria.
A gente encontra tempo pra se escutar e sentir a própria companhia.
Difícil é quando a gente escuta o coração quando ele fala o que a gente não queria ouvir..
Difícil é ouvir o coração sem querer sentir.
Difícil às vezes é sentir sem poder dividir.
Será que às vezes vale à pena dar um passo pra trás pra correr lá na frente?
Será que vale viver triste constantemente?
Não lembro mais como é estar contente.
E o que vale mesmo nessa vida?
Ai coração.. Sempre tive você por perto e agora me deixa na mão?
Você me fala com suspiros tudo que não queria parar pra pensar.
Você me aperta o peito de um jeito que chega faltar o ar.
Não ta pulsando, tá latejando, tá desacelerando..
Desacelerando os sentidos, desacelerando os objetivos.
Que dúvida, que angústia, que medo.
Vontade de gritar pros quatro ventos que não sei mais se consigo ser forte.
Sabe quando você tá perdida e só queria um norte?
E a vida me empurra e se não sigo o fluxo me sinto burra.
Afinal, quanta novidade sem igual! Tanta gente te invejando na sua terra natal.
E eu aqui nessa crise emocional, sem conseguir acertar as pontas mesmo sendo racional.
Tudo tava valendo tanto. Era um voo ascendente.
De repente me vejo descrente.
Tá tudo sem nexo, na verdade estou seguindo no escuro.
Estou acreditando que há algo melhor atrás desse muro.
Mas não sei o que há de acontecer.
Vai coração, para de doer.

sábado, 29 de março de 2014

Em silêncio

No espelho, os olhos dizem o que não quero escutar.
Em tempo sinto algo diferente e talvez seja tempo de acordar.
É tempo de ser, de sentir e de estar. É tempo de ter o meu tempo pra pensar.
E as palavras ecoam no infinito criativo do meu mundo que é mundo porque nele sinto
que sou dona de mim, sinto e sentir me faz feliz. Sinto e porque sinto estou aqui.
Sinto e porque sinto me encontro sempre por um triz.
E os meus sentimentos falam e falam com
a minha pele, conversam
com os meus olhos
e transbordam
dentro de mim
até faltar o ar,
e em silêncio
eles me dizem alto
que é tempo,
e é tempo
de mudar.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

InCertezas

Apta para encarar mais algumas duras certezas incertas? Talvez esta seja a definição. A tradução da dúvida que circunda meus pensamentos irracionais, meus pensamentos sentimentais.
A transparência liberta exatamente aquilo que em mim habita, e se agora meu corpo derrama incertezas momentâneas é porque são estas que me tomam. Formo palavras confusas, para tentar acertar o desacerto que foi causado novamente, mesmo com uma ¨nova mente¨. E finalmente congelo-me, não para ficar estagnada, ao contrário, para que eu possa ser firme e capaz de raciocinar uma forma correta para seguir a diante, ou até mesmo dar um ¨passo adiante¨.
Que assim seja.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Insensatez


Sinto o gosto da água que escorre em meus pensamentos e transita por entre minhas portas entreabertas de um eu infeliz. Sinto o aperto e a dor da desesperança que habita um corpo e faz recordar o que não se diz. Sinto falta da mudança de temperatura que me atormentava sem avisos e machucava o juízo de uma pessoa inconstante. Sinto falta do meu mundo quando era só meu e a qualquer hora tinha um amante. Sinto falta das carícias e das malícias que recheavam os meus segundos. Sinto falta até dos meus dedos quando se entrelaçavam às mãos alheias de um vagabundo. Sinto falta da segurança dos olhares refletidos. Sinto falta dos gostos parecidos. Sinto falta da intimidade, da verdade e do que arde. Sinto falta, mas já é tarde. 
Sinto falta de sentir.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Corrosão

Agora o ódio transborda e passeia pelo corpo cegando todos os resquícios de razão. O lado gentil se resguarda dando lugar às lembranças que rasgam o peito e sangram a alma. As lágrimas não são choradas, são involuntariamente colocadas pra fora como um refluxo das memórias desastrosas de uma vida odienta e decepcionante. É preciso apenas estar vivo para sentir o gosto do chão que beijamos em função de uma rasteira da vida ou da pessoa mais próxima. É preciso apenas estar vivo, a vida ensina isso. A quantidade de inescrupulosos que nos rodeia como sangue sugas aproveitadores querendo tirar proveito de cada migalha não me espanta mais. São infinitos desalmados superficiais que tentam a qualquer custo impedir que você siga em frente e têm o poder de interromper o seu fluxo de energias limpas repelindo qualquer positividade que tente se aproximar. É como se eles se revigorassem a cada vez que empurram alguém do penhasco e só sossegam quando a queda é fatal. São pessoas desprovidas de olhar, como caveiras que possuem dois buracos negros dissimulados no lugar da visão. O pior é que elas só se satisfazem quando provocam sua corrosão interna como um copo de ácido sulfúrico ingerido lentamente,tocando minuciosamente cada átomo que te constitui. A destruição é total podendo se transformar em uma doença incurável e degenerativa. Eles não sabem parar e as feridas provocadas não sabem deixar de doer. O sangue arde e pulsa como se um veneno corresse nas veias mas a experiência nos ensina a ter a malícia e a frieza necessária para encará-las como obstáculos que parecem ser tenebrosos mas na verdade são passageiros, como tudo na vida.

sábado, 16 de junho de 2012

Finjo, que finjo, que finjo.

Não quero dizer não às vontades que o meu corpo grita.
Seria inadequado bloquear os desejos intrínsecos à minha liberdade.
Mas sei me transformar em um paradoxo, disfarçando muito bem tudo aquilo que me arde.
Naquela noite chovia, chovia muito mas era eu quem fazia a tempestade.

Sorrateiramente as mãos tímidas começavam a escorregar pelo meu corpo até chegar em minha cintura. Obviamente o meu jeito não me deixava demonstrar que estava percebendo aquelas atitudes invasoras, mas um sorrisinho sorrateiro que me escapou no canto da boca transmitiu a segurança que ele precisava para ir além. Seus desejos já estavam explícitos, o que pra mim não era surpresa nenhuma. Trocamos olhares, compartilhamos vontades e andamos na chuva para que ela molhasse o meu corpo quente.
Olá César!

De maneira proposital fingi não perceber todos os pensamentos que me despiam naquele ambiente e então disparei um olhar aparentemente singelo para quem avistava de longe, mas totalmente direto e  cheio de pecados para aquele que sem disfarces me queria. A timidez passava longe dali, e nós dois nos desejamos a cada palavra que trocamos. Na verdade eu inventava o meu desejo. Correspondi aos gestos de forma provocante e criava muitos outros que o conquistavam. Gestos propositais transmitidos ao acaso. Ele me perseguia, ou talvez perseguisse aquela sexualidade que eu não sabia disfarçar.
Olá Paulo!

Eu provocava, olhava e fingia não olhar, sorria e deixava claro que não era pra ele. A vontade caminhava comigo, junto a cada passo que dava, trocando as pernas sobre o chão que também me olhava de um ângulo privilegiado. Dava as costas contra minha vontade quando percebia uma sintonia, uma reciprocidade. Dessa vez nenhuma marca, mas meu pensamento foi longe.
Olá...





segunda-feira, 28 de maio de 2012

Os ventos que sopram da minha janela

Era noite.
Se chovia? Chovia sim, e muito.

Não sei ao certo porque te escrevo. O fato é que já não consigo controlar as minhas mãos que digitam sem parar tentando acompanhar o meu raciocínio cardíaco. Escrevo por uma vontade bêbada que surge em meu corpo e me torna inconsequente diante dos fatos. É uma vontade que me toma e ao mesmo tempo me embriaga. Às vezes o excesso dessa vontade é tanto que se eu não despejá-la em um lugar qualquer, o meu peito se rompe, como uma estante de livros que não consegue mais suportar o conteúdo que lhe sobrecarrega. Se qualquer pessoa soubesse sobre essa vontade, que já não guardo mais, me chamaria no mínimo de louca. Se suspeitassem sobre a desarmonia interna que me é causada quando surge essa vontade, que é constante, me internariam. Digo que neste momento o fato de eu estar te escrevendo é muito mais pela falta de controle que pela magnitude deste sentir. Neste momento não possuo um pensar-sentir. Apenas sinto, e é por isso que não consigo explicar e nem fundamentar os motivos pelos quais te escrevo. Esse meu estado do "não pensar-sentir" é comum. Vem da água da minha água, vem da essência da minha essência que está atrelada a sua. Te escrevo porque você me deixa assim, irracional e sentimental, o que pra mim não é nada fora do normal. Te escrevo porque a vontade me ultrapassa, então estas linhas vêm de dentro pra fora. São palavras que surgem sem parar e rimam com a leveza do que brota em meu interior. São linhas que se estruturam porque conteúdo não me falta para espraiar esta confusão interna. Talvez eu escreva porque sentia falta desta revolução, ou porque apenas sinto uma vontade espontânea.
Talvez eu não precise me explicar tanto, e as coisas não precisem fazer tanto sentido.
Talvez eu escreva porque eu sei que você me quer.
Façamos a chuva.