segunda-feira, 25 de junho de 2012

Corrosão

Agora o ódio transborda e passeia pelo corpo cegando todos os resquícios de razão. O lado gentil se resguarda dando lugar às lembranças que rasgam o peito e sangram a alma. As lágrimas não são choradas, são involuntariamente colocadas pra fora como um refluxo das memórias desastrosas de uma vida odienta e decepcionante. É preciso apenas estar vivo para sentir o gosto do chão que beijamos em função de uma rasteira da vida ou da pessoa mais próxima. É preciso apenas estar vivo, a vida ensina isso. A quantidade de inescrupulosos que nos rodeia como sangue sugas aproveitadores querendo tirar proveito de cada migalha não me espanta mais. São infinitos desalmados superficiais que tentam a qualquer custo impedir que você siga em frente e têm o poder de interromper o seu fluxo de energias limpas repelindo qualquer positividade que tente se aproximar. É como se eles se revigorassem a cada vez que empurram alguém do penhasco e só sossegam quando a queda é fatal. São pessoas desprovidas de olhar, como caveiras que possuem dois buracos negros dissimulados no lugar da visão. O pior é que elas só se satisfazem quando provocam sua corrosão interna como um copo de ácido sulfúrico ingerido lentamente,tocando minuciosamente cada átomo que te constitui. A destruição é total podendo se transformar em uma doença incurável e degenerativa. Eles não sabem parar e as feridas provocadas não sabem deixar de doer. O sangue arde e pulsa como se um veneno corresse nas veias mas a experiência nos ensina a ter a malícia e a frieza necessária para encará-las como obstáculos que parecem ser tenebrosos mas na verdade são passageiros, como tudo na vida.

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