segunda-feira, 28 de maio de 2012

Os ventos que sopram da minha janela

Era noite.
Se chovia? Chovia sim, e muito.

Não sei ao certo porque te escrevo. O fato é que já não consigo controlar as minhas mãos que digitam sem parar tentando acompanhar o meu raciocínio cardíaco. Escrevo por uma vontade bêbada que surge em meu corpo e me torna inconsequente diante dos fatos. É uma vontade que me toma e ao mesmo tempo me embriaga. Às vezes o excesso dessa vontade é tanto que se eu não despejá-la em um lugar qualquer, o meu peito se rompe, como uma estante de livros que não consegue mais suportar o conteúdo que lhe sobrecarrega. Se qualquer pessoa soubesse sobre essa vontade, que já não guardo mais, me chamaria no mínimo de louca. Se suspeitassem sobre a desarmonia interna que me é causada quando surge essa vontade, que é constante, me internariam. Digo que neste momento o fato de eu estar te escrevendo é muito mais pela falta de controle que pela magnitude deste sentir. Neste momento não possuo um pensar-sentir. Apenas sinto, e é por isso que não consigo explicar e nem fundamentar os motivos pelos quais te escrevo. Esse meu estado do "não pensar-sentir" é comum. Vem da água da minha água, vem da essência da minha essência que está atrelada a sua. Te escrevo porque você me deixa assim, irracional e sentimental, o que pra mim não é nada fora do normal. Te escrevo porque a vontade me ultrapassa, então estas linhas vêm de dentro pra fora. São palavras que surgem sem parar e rimam com a leveza do que brota em meu interior. São linhas que se estruturam porque conteúdo não me falta para espraiar esta confusão interna. Talvez eu escreva porque sentia falta desta revolução, ou porque apenas sinto uma vontade espontânea.
Talvez eu não precise me explicar tanto, e as coisas não precisem fazer tanto sentido.
Talvez eu escreva porque eu sei que você me quer.
Façamos a chuva.

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