sábado, 27 de agosto de 2011

Me consumindo

Nadei nos segredos mais secretos para que surgissem intimidades e palavras inusitadas.
Alcancei os toques mais sensíveis com a esperança talvez de proporcionar o que jamais teria acontecido.
Esgotei o todo para depois me livrar de uma saudade inusitada e sem sentido.
Fraquejei ao extremo para fortalecer o tédio que corrompia a cor.
Naufraguei em meus copos d'água que boiavam sem nexo e cheios de lamúrias.
Reguei com prantos os confusos pensamentos inimagináveis que pareciam ser coerentes e perturbadores.
Pisoteei a falta de desejo reinventando um contato desejado.
Esperei o momento certo para fazer coisas erradas.
Amanheci diante do infinito para refazer o contorno das bases.
Arrebentei os laços como uma onda alucinada que estaciona no raso a sua frieza viciante.
Adiantei prazeres peculiares para satisfazer sorrisos contagiantes que se tornaram prescindíveis no final.
Caminhei por ruas sem saídas e cheias de curvas que me impediam de seguir adiante ou sequer de voltar atrás.
Penetrei em noites chuvosas para torná-las aconchegantes e nuas.
Decifrei senhas invisíveis escondidas nas profundezas dos limites.
Desbravei uma terra sonhada em busca de um voo e me deparei com uma realidade crua com folhas jogadas ao vento sem rumo e sem calor.

Nunca desejei tanto a dor da saudade de alívio que vive aprisionada nas carícias do medo que existe em mim.


Nenhum comentário:

Postar um comentário