sábado, 3 de março de 2012

Apenas deixo

Deixo que o sorriso invada, e tome conta de mim como o sol, que irradia pelo céu, iluminando vidas e penetrando peles. 
Deixo que essa energia exploda como um vulcão em erupção que derrama lava queimando tudo que possa existir pela frente. 
Deixo que me admire quando eu quiser substituir meus olhares polissêmicos pela dança espontânea dos meus lábios desejosos. 
Deixo que ria de mim quando eu te der todos os risos que me constroem, até aquele de canto sem graça, com a testa franzida expondo as bobagens feitas por um jeito desajeitado. 
Deixo que saiba que estou fingindo um sonho, para que possa acariciar meu corpo sem limites transparecendo um cuidado que me preenche.
Deixo que faça do meu colo o teu travesseiro, para que eu seja seu conforto, para que eu possa acalmar tua mente como a protagonista dos seus sonhos serenos.
Deixo que se encante por minhas palavras, e me assista com atenção, como um telespectador atento que se encontra diante de sua cena favorita.
Deixo que seja meu cobertor naquelas noites tomadas por pingos de chuva que adentram as nossas janelas entreabertas e nos molha com prazer.
Deixo que tua íris fixe em minha alma, deixando-me nua, transparente e sua, como um livro aberto e complexo mas que pode ser totalmente interpretado.
Apenas deixo que se entregue ao que já está entregue, e que não negue o que já toma conta de nós, apenas deixo que sinta aquilo que me persegue e que ache linda toda essa imensidão que nos constrói.
Deixo que seja amor, e é.

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