domingo, 19 de junho de 2011

Fraqueza

Puta flor envenenada, que por entre a vasta beleza da natureza, enganou-me e tirou-me sangue!
Espetou-me sem dó nem piedade!
Perfurou-me as entranhas, que até então eram virgens!
Era linda, enquanto estava distante!
Mas tornou-se repulsiva!
Merece ser julgada e condenada!
Murcha, sem cor nem oxigênio!
Enganou-me com seu aroma!
Ai, que perfume!
Cegou-me com sua beleza indescritível e incomparável!
Flor maldita e magestosa!
Erva daninha, praga da pior espécie!
Era coisa de Galápagos!
Mas sua beleza tornou-se asqueroza.
Só porque encostei o dedo em suas raízes.
Raízes em 'estado de putrefação' e sem procedência.
Raízes perdidas no calor dos finos grãos soltos a mercê dos ventos.
As hemácias que jorraram do meu corpo machucaram minhas visceras e me cicatrizaram.
O vermelho que passeia pelo meu corpo, antes um furo na ponta do dedo, agora uma hemorragia.
Espinhos com substância jamais vista antes.
Ela ainda me corta, dilascera, arrebenta, devasta e me vicia.
Não mata, mas escraviza.

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