A carência é infiel.
O excesso de carência é fatal.
Aperta, dói e desespera. O 'um' sozinho ja não basta, é preciso mais! É preciso de 'um' a cada tempo, a cada minuto para tentar encher o saco sem fundo.
Promessas de amor eterno a todo instante, frases soltas a qualquer ouvido que esteja disponível, beijos e carícias trocadas por nada, apenas para não parecer um saco vazio, furado.
Aí vem a síndrome 'Dona Flor': amo mais de uma pessoa ao mesmo tempo, quero dois maridos!
Acorde, você nem se ama.
Compromissos a todo momento, que para não deixar a mente vazia, ou melhor, o coração angustiado tomado pela insegurança!
Aí vem a síndrome do 'esperto' que na verdade é o Medo de ser feito de bobo.
Bobo, bobo, bobo. Inseguro que dá dó.
Quem disse que a cabeça fica no lugar? Quem disse que a razão tem vez e voz?
A carência faz chover...
No final, a coisa tá feita e escancarada. A carência apavora, traz à tona o medo da solidão. Traz a solidão. Traz o só. Te deixa mais só.
Aliás, que alívio seria se fosse mesmo o final!
O 'um' se encontra com o outro 'um', que se encontra com o outro e com o outro... E no final 1+1+1+1+1+1= 0
E você não é mais Dona Flor e nem o Esperto! Longe disso, bem longe...
E olhe SÓ, você SÓ denovo.
Nem adianta esperar o sono, porque ele não vai fazer a dor passar, nem a consciência pesar menos.
Todos os 'uns' já sabem de tudo, e o pior: Você também sabe de tudo que fez.
Que lindo!
Como manda a Física, para toda ação há uma reação. Mas se tratando de uma 'matéria' que não é exata... Para cada ação há tantas reações... E todas vão fazer questão de aparecer.
Mágoa para todos os 'uns' e para si mesmo. Todos os 'uns' somem e você também quer sumir.
Errou, errou, errou...
Mentiu, menti,mentiu...
Machucou, machucou, machucou... muita gente.
Infiel a todos e a si.
Nada valeu à pena e a alma foi pequena.
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