terça-feira, 11 de outubro de 2011

Que seja doce!

Quando aquelas palavras rudes adentraram a minha epiderme, o interno se desfez e o inferno se consolidou.
Pudia ter sido de uma vez, mas foi de maneira progressiva e lenta, para ficar a certeza de que tudo em fim seria destruído.
Enquanto eu ardia e queimava no calor intenso da dor, outros brindavam a vida e seus caminhos promissores.
Enquanto as feridas se abriam e eram temperadas com sal, do outro lado a felicidade fugaz imperava, momentaneamente.
Cortes, feridas, dores e morte.
Morte.
E agora Vida.
Agora chore enquanto eu rio, caia enquanto eu subo e me peça perdão por eu não saber o que é o amor e não ter mais atenção.
Lave a minha casa e o meu chão com suas lágrimas fingidas e instantâneas, e esprema o pano até a ultima gota.
Impere, assuma o poder e suba no picadeiro que eu estarei lá a assistir e a me divertir. Prometo aplaudir ao final do show e do estardalhaço.
Implore um sorriso, peça um abraço e sonhe com um filho. Sonhar é preciso!
E enquanto você prova esse sabor amargo, eu grito: Que seja doce! E o escorpião é doce!
"E digo sete vezes, que é pra dar sorte."
E depois disso esqueça que eu existo. Se você conseguir.

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