quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Um café

Visivelmente elas pareciam estar de sacanagem comigo ou vagando por aí, mas me atormentavam, tomavam e rasgavam. As palavras.
O sono lutou e relutou contra o meu corpo cansado e revirado que estava desprotegido, e foi incapaz de tomar-me por qualquer espaço de tempo ou por qualquer Espaço no Tempo. Ele jamais venceria.
E a minha boca falante que se comportou de maneira assustadora não brilhou mais que as combinações de letras transcendentes que davam cor aos meus olhos. Reflexões. Calei-me e ao mesmo tempo falei. Não ouvi mas escutei.
Algo explodia de maneira incerta que intimidava a voz. Ou talvez a voz estivesse em seu lugar exato. Ou talvez a voz provocasse o silêncio.
Não sabia se era o conteúdo ou a cafeína que provocava uma palpitação sufocante, uma agitação cerebral e um sorriso no canto da boca. Não sabia se era o vento ou aquele ar que me causava aquele frio angustiante que precede a explosão da sensibilidade.
Estou tentando acertar o desacerto causado por informações sentidas e despejadas.
Talvez eu consiga, após outra dose de café.

Um comentário:

  1. Você falou muito de mim nesse texto, você falou do café.
    Adorei a homenagem um dia antes do meu aniversário.
    Obrigado!

    ResponderExcluir